quinta-feira, 2 de julho de 2009




terça-feira, 23 de junho de 2009

Bibliófilo

De maneira geral, considera-se que os dois critérios fundamentais para julgar a importância de uma obra seriam: sua raridade e a importância do referido escrito na tradição cultural à qual ele se insere.
É nesse sentido que se multiplicam a cada dia livrarias de "obras raras" ou "livros raros". Mas o que é raro? De início, aquilo que é considerado raro pela maior parte dos bibliófilos é a primeira edição. A primeira edição possui uma aura mágica, que se liga, fundamentalmente ao fato de que foi e é a primeira aparição pública de uma obra para o público leitor. Por exemplo, o indivíduo que percorra as mãos pelas páginas de uma primeira edição de Machado de Assis, como Dom Casmurro, por exemplo, saberá que foi daquela forma, com aquele tipo, aqueles eventuais erros de correção, aquela encadernação e aquele papel, que o "bruxo do Cosme Velho" fez conhecer ao mundo essa obra maravilhosa que é até hoje um clássico brasileiro. O segundo tópico, a importância histórica, liga-se à vida da obra em si.
Uma primeira edição de Racine e Molière valem muito, tanto em termos financeiros quanto históricos, ao passo que uma primeira edição de Amadeu Amaral vale pouco. Racine e Molière fundaram o teatro clássico francês, e foram escritores brilhantes, Amadeu Amaral foi um poeta de razoável importância no Brasil do século XIX e XX, mas nada que se compare para o Brasil, com o que os dois foram para a França. Primeiras edições fazem-se todo o dia, de autores que pouco sobrevivem, o fato de ser a primeira edição por si só não nos diz nada.

Os meios de comunicação


A impressão foi, durante muito tempo, a principal tecnologia intelectual de armazenamento e disseminação das idéias, mas, ainda não satisfeito, o homem continuou a sonhar com outras formas de comunicação que o aproximassem mais facilmente de outras culturas e divulgassem o saber produzido com maior rapidez e amplitude. O homem buscava conquistar um meio mais rápido de comunicação, de registro, e dedicou-se a aperfeiçoar os meios de que dispunha para diminuir a barreira da distância e do tempo, solucionar o problema da velocidade, pois somente após horas, dias, semanas é que a mensagem escrita no papel chegava às mãos do destinatário.
Um novo marco na história das comunicações estabeleceu-se com a invenção do rádio. Este tinha possibilidades de alcance muito maior e chegava mais rapidamente que qualquer outra mídia, principalmente no Brasil, cujo público letrado era bastante reduzido. O rádio, explorando a oralidade e a idéia da transmissão ao vivo, adentrou facilmente nos lares brasileiros. Como sua forma de transmissão e recepção necessitava apenas de uma estação emissora e aparelhos de recebimento, a mensagem podia chegar facilmente às pessoas, inicialmente em suas casas e, logo mais, com o surgimento de aparelhos portáteis, a qualquer parte a que esse aparelho fosse levado. Com o rádio, desenvolveu-se toda uma técnica de comunicação sonora em que o ouvinte era envolvido por uma série de recursos que o levam a vivenciar virtualmente (recorrendo ao seu imaginário) uma situação proposta, como, por exemplo, nas peças de teatro ou novelas transmitidas radiofonicamente. Os efeitos utilizados para simular chuvas, trovoadas, incêndios e toda uma infinidade de ruídos tinham como finalidade reproduzir uma cena real.
Popularizou-se na década de 70 a televisão. A partir de então, não só a palavra em forma de som poderia viajar pelo espaço, também a imagem em movimento a fazê-lo. É uma forma de comunicação em que a oralidade passa a dividir espaço com a comunicação da imagem, do símbolo, do movimento. A informação, além de ser falada, pode ser lida, vista, interpretada pelo receptor. A visão, sentido tão privilegiado nessa cultura, passa a ser o centro de explorações. Para o telespectador, assistir ao noticiário na televisão possui outra significação, há uma relação visual com quem transmite a informação, não é mais uma voz anônima ou um texto de alguém que não se pode imaginar quem seja. É uma pessoa que fala e mostra e se mostra a quem a assiste. A relação sujeito-transmissor-receptor mudou. O telespectador estreitou sua relação com o apresentador.
Com a evolução dos meios de comunicação mediáticos, no final do século XX, ocorre o agrupamento de todas as tecnologias anteriores. Surge uma tecnologia mais eficaz, que oferece todas as possibilidades já exploradas na imprensa, no rádio, na televisão, operando uma ultrapassagem: a possibilidade de interação e a velocidade com que tudo ocorre. O indivíduo não fica somente no papel de receptor passivo, há a possibilidade de escolha, há decisões a serem tomadas. O volume de informações emitidas é maior, bem como a rapidez com que chegam aos lares, oportunizando-se situações que as tecnologias anteriores não possibilitavam.
Pode-se ler o jornal de qualquer parte do mundo, assistir a uma entrevista, participar de conferências, ouvir músicas das mais longínquas regiões do planeta, trocar correspondências, ler, discutir, conversar, tudo em um único aparelho, uma “máquina comunicacional” chamada computador. Máquina que está conectada a milhares de outras, formando uma complexa rede, um rizoma informacional.

O Dicionário

Os dicionários remontam aos tempos antigos. Acredita-se que o dicionário tenha se originado na Mesopotâmia por volta de 2.600 a.C., feito em tabletes com escrita cuneiforme, ele informava repertórios de signos, nomes de profissões, divindades e objetos usuais, que funcionavam como dicionários unilíngües. Os gregos no século I criaram os lexicons para catalogar os usos das palavras da língua grega. Os gregos e os romanos já os utilizavam para esclarecimentos de dúvidas, termos e conceitos. Todavia, não eram organizados em ordem alfabética. Limitavam-se às definições de termos lingüísticos ou literários. Foi somente no fim da Idade Média que houve o surgimento de dicionários e glossários organizados alfabeticamente. Quando as glosas desses manuscritos latinos tornaram-se numerosas, os monges as ordenaram alfabeticamente para facilitar a localização. Com isso, surgiu uma primeira tentativa de dicionário bilíngüe latim-vernáculo. Com o advento da imprensa, no século XV, alavancou-se a difusão e o uso de novos dicionários. O estilo de dicionário que usamos atualmente foi incorporado no renascimento com o objetivo de traduzir as línguas clássicas para as modernas em função da bíblia.
"A leitura não é apenas uma operação abstrata: ela é o uso do corpo, inscrição dentro de um espaço, relação consigo mesma ou com os outros". Na Antigüidade grega a escrita é colocada a serviço da cultura oral e da conservação do texto, onde a leitura era feita por poucos alfabetizados. A partir da época helenística, a literatura passa a depender da escrita e do livro, cujo formato padrão era o volumen ou rolo, dando início à uma nova organização na produção literária. Surgem as grandes bibliotecas helenísticas que representavam muito mais sinais de grandeza e de poder, do que propriamente a difusão da leitura. Roma herda do mundo grego a estrutura do volumen e as práticas de leitura. A leitura é um hábito exclusivo das classes privilegiadas, dando origem às bibliotecas particulares, símbolos de uma sociedade culta. O códex, um livro com páginas, substitui o rolo a partir do século II d.C, e essa transformação do livro trás em si, novas práticas leitoras. Durante a Idade Média, a prática da leitura concentrou-se no interior das igrejas, das celas, dos refeitórios, dos claustros e das escolas religiosas, geralmente restritas às Sagradas Escrituras. Com o códex, na Alta Idade Média surge a maneira silenciosa de ler, sobretudo textos religiosos que exigiam uma leitura meditativa. Entre os séculos XI e XIV, quando renascem as cidades e com elas as escolas, desenvolvendo a alfabetização, surge uma nova era da história da literatura, pois o livro passa a representar um instrumento de trabalho intelectual, de onde chega o saber. Ao mesmo tempo inovam-se os modelos de biblioteca, cujo espaço organizado e silencioso é destinado à leitura. É nessa época que aparece o livro em língua vulgar, escrito às vezes pelo próprio leitor, e que circula entre a burguesia, paralelo a um modelo de leitura da corte, da aristocracia culta européia. Na Idade Moderna a prática da leitura no mundo ocidental está vinculada às evoluções históricas, à alfabetização, à religião e ao processo de industrialização. A técnica da reprodução de textos, e produção de livros, são inovados por Gutemberg; o que permite que cada leitor tenha acesso a um número maior de livros. Além disso, a grande revolução da leitura acontece pelo modelo escolástico da escrita, onde o livro se transforma num instrumento de trabalho intelectual. A leitura silenciosa se estabelece através da relação íntima, secreta e mais livre do leitor com o livro, tornando mais ágil a leitura. Surge aqui, o "leitor extensivo"; que consome numerosos impressos, diferentes e efêmeros, lendo com rapidez e sob um olhar crítico. A difusão do livro se dá mais rapidamente, nascendo o romance com a capacidade de envolver o leitor, geralmente a leitora; que nele se identifica e decifra sua própria vida. A leitura de cordel, os textos de venda ambulante fomentam o crescimento da produção de livros e a proliferação de livrarias, que são responsáveis por uma mudança de mentalidade, principalmente na França

terça-feira, 16 de junho de 2009

Leitura (Tere Penhabe)


Os olhos são a porta de entrada

nem sempre fiéis ao que vêem

a mente é a megera indomada

que distorce, desmente e não crê.
A alma se alia à verdade

ela pousa no verso que teço

faço dele o meu estandarte

deturpado por quantos o lêem.
O amor que criei com desvelo

em espelho de fino cristal

vira pedra, cascalho e até gelo

quando chega a leitura ao final.
Não é triste saber que acontece

o poeta cria mas não vê crescer

a luz que deu ao mundo, o verso

seu dono é quem gostar de o ler

A emprensa de Gutenberg


Em 1440, Gutenberg desenvolve a tecnologia da prensa móvel, utilizando os tipos móveis: caracteres avulsos gravados em blocos de madeira ou chumbo, que eram rearrumados numa tábua para formar palavras e frases do texto.
Na Baixa
Idade Média, as folhas escritas com notícias comerciais e econômicas eram muito comuns nas ruidosas ruas das cidades burguesas. Em Veneza, as folhas eram vendidas pelo preço de uma gazeta, moeda local, de onde surgiu o nome de muitos jornais publicados na Idade Moderna e na Idade Contemporânea.
Esta arte propagou-se com uma rapidez impressionante pelo vale do
Rio Reno e por toda a Europa. Entre 1452 e 1470, a imprensa conquistou nove cidades germânicas e várias localidades italianas, bem como Paris e Sevilha. Dez anos depois, registava-se a existência de oficinas de impressão em 108 cidades; em 1500, o seu número era de 226.
Durante o
século XVI os centros mais produtivos eram as cidades universitárias e as cidades comerciais. Veneza continuou a ser a capital da imprensa, seguida de perto por Paris, Leon, Frankfurt e Antuérpia. A Europa tipográfica começava a deslocar-se de Itália para os países do Norte da Europa, onde funcionava como elemento difusor do humanismo e da Reforma oriunda das cidades italianas.